O Ministério Público Federal no Mato Grosso do Sul abriu na semana inquérito civil contra Big Brother Brasil pela suposta exibição de “cenas das partes íntimas de seus participantes, flagrantemente caracterizadas como atentatórias à moral e aos bons costumes”, que teriam “ocasionado lesão às famílias brasileiras”.
O fato que gerou a investigação ocorreu supostamente no BBB 6. O despacho do Ministério Público que institui o inquérito não especifica qual seria a imagem. No sexto BBB, em 2006, telespectadores protestaram contra a exibição de imagens em que teriam visto o pênis do participante Dan Dan. A Globo, no entanto, disse à época que a imagem era a da tampa de um tubo de protetor solar.
O Ministério Público Federal no MS vinha tentando apurar o caso desde 2006. Mas por meio de um procedimento administrativo, que tem limitações. Agora, com um inquérito, o órgão pode requisitar documentos e convocar depoimentos.
O inquérito foi aberto com base em denúncia de um telespectador e em “matérias veiculadas na mídia”, nas quais o reality show, segundo o MPF, é apontado como detentor de “intensa apelação à erotização e à baixaria”.
Apesar de a investigação ter decorrido de suposta nudez no BBB 6, o inquérito atinge BBB 10. Na semana passada, o procurador da República Felipe Fritz Braga enviou ofício à TV Morena, afiliada da Globo em Campo Grande, pedindo “relatório detalhado” com “os dias e horários, considerando-se o fuso local” de exibição de BBB no Estado.
O procurador quer saber se a Globo local desrespeitou a classificação indicativa, ou seja, se exibiu BBB antes das 21h. Neste ano, isso só ocorreu uma única vez, no domingo de Carnaval. Como o fuso do MS tem uma hora de defasagem em relação a Brasília, a Globo exibe BBB gravado no Estado.
Procurada, a Globo não se manifestou sobre o inquérito, porque ainda não foi citada.
Por: Daniel Castro
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